Aprenda a escolher o medidor ideal para o seu treino!
Se tem um componente capaz de oferecer dados objetivos relacionados à performance do ciclista é o medidor de potência.
O parâmetro mais comumente usado ao longo dos anos foi o batimento cardíaco. Porém, variáveis como calor, stress, idade ou um simples gel de cafeína afetam e prejudicam a aferição precisa das informações. Sem mencionar o atraso na transmissão dos dados da potência e sua percepção pelo monitor.
Os medidores de potência já estão há mais de 30 anos no mercado, mas eles vêm sendo usado basicamente por cientistas e profissionais do ciclismo. A popularização do produto e queda do preço alterou essa realidade, e mais ciclistas têm pedalado com medidor de potência, turbinando o mercado.
Medir a potência ou esforço – expressa em watts – é fundamental para acompanhar o rendimento e o progresso dos treinos. Com o potenciômetro você é capaz de definir zonas de treino e consegue verificar a força efetivamente exercida num determinado instante ou intervalo selecionado. O ciclista consegue saber qual a potência produzida dentro do pelotão, em subidas e fugas, se há excesso de treino ou se ele precisa de mais descanso, independentemente de fatores externos como temperatura e umidade. Ele possibilita, assim, que o ciclista consiga entender seu giro e definir se pedala em uma faixa adequada de treinamento, podendo fazer os ajustes necessários para atingir suas metas. Por isso ele é um componente visto hoje como essencial para melhora de performance.
Os dados são captados pelos medidores de tensão, pequenas faixas de metal instaladas na estrutura do potenciômetro e que sofrem deformações microscópicas à medida em que a força é aplicada sobre eles. É isso que permite o cálculo da potência.
O envio das informações é baseado em software de análise que usa protocolo ANT+ e Bluetooth smart, o que permite conexão com smartphone e tablet, bem como atualização do firmware.
O que você deve levar em conta na hora de comprar seu medidor de potência:
- confiabilidade: importante obter dados similares nas mesmas condições de pedal.
- precisão: a maioria dos medidores de potência de hoje apresenta uma pequena variação de + ou – 2% e é usada por profissionais das maiores e mais importantes competições internacionais.
- simplicidade: o sistema deve ser simples, facilitando a calibragem, acompanhamento dos dados, instalação.
- informações em tempo real: a potência em tempo real tem que ser fornecida durante todos os momentos do percurso.
- bateria: a maioria dos potenciômetros usa baterias recarregáveis, mas observe e compare a durabilidade e facilidade da troca da bateria.
- disponibilidade: para road bike, triatlo, MTB, track, BMX ou mesmo para os pedais de final de semana.
Tipos de medidores de potência:
- sistema indireto por monitor cardíaco com cinta de alta sensibilidade para capturar vários dados. Funciona à base de sofisticados algoritmos. Desvantagem: atraso na coleta de dados e maior imprecisão dos dados obtidos se comparado a outros sistemas.
- sistema indireto via cadência: potência é calculada a partir de sofisticados algoritmos com base na velocidade do vento, velocidade da bike e cadência do ciclista, além dos dados obtidos por sensores de alta sensibilidade que coletam inclinação, vibração, direita/esquerda e movimentos dianteiros e traseiros.
- sistema direto em apenas um lado da pedivela: potência é aferida por medidores de tensão localizados do lado esquerdo da pedivela. O sistema é eletrônico e funciona com bateria. Vantagens: preço baixo e pode passar por upgrade de sistema para medição individual de cada lado da pedivela. Desvantagem: os dados obtidos de um lado são duplicados para obter a potência total, o que representa dados menos precisos, já que dificilmente um ciclista exerce exatamente a mesma força em cada perna.
- sistema direto dos 2 lados da pedivela: os medidores de tensão estão localizados nos dois lados da pedivela e, assim, é possível monitorar a potência individual exercida por cada perna, o que é sua maior vantagem. Ao entender a diferença entre a força exercida por uma perna e outra, o ciclista é capaz de melhorar sua técnica de giro e seu rendimento. Especialmente recomendado se o ciclista estiver se recuperando de lesão ocorrida em uma das pernas.
- sistema direto no spider: o medidor de potência mede a potência de cada perna separadamente, mas usa o mesmo sistema de aferição para isso, localizado no spider.
- sistema direto no pedal: potência é medida através dos medidores de tensão situado no eixo do pedal, onde se encontra também a bateria recarregável. Fácil de trocar de uma bike para outra, mas mais exposto a impactos e contaminantes externos.
- sistema no cubo da roda traseira: medidores instalados diretamente no cubo traseiro.
- sistema no taquinho da sapatilha: a potência é medida através de uma fina placa que contém sensores de potência instalados entre a base da sapatilha e o taquinho.
Benefícios do medidor de potência:
- fornece dados precisos do treino e, com isso, você pode determinar quando acelerar o ritmo, mudar o intervalo ou, até mesmo, tirar um dia de folga. Você conhece seus pontos fracos e fortes, analisa sua pedalada e melhora sua performance.
- possibilita o monitoramento em tempo real de cada momento do percurso pedalado
- permite comparar treinos e saber se você está melhorando ou se precisa adotar uma estratégia diferente de treino
- como ele é baseado em análise de potência ( usa watts para medir a força), ele aponta a correta zona de energia para uma prova específica
- permite desenvolver treinos específicos para suas demandas ou eventos da temporada
- elimina aqueles treinos que só fazem você ficar cansado, sem representar nenhuma melhora em sua pedalada
Por isso, na hora de buscar um componente que realmente contribua para melhora em performance, a escolha certa é um medidor de potência.
Por Maria Augusta e Diogo "Folha" 19/07/2023
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